| "O percurso expositivo leva o público a uma imersão na intimidade do artista – começando por seus estudos na Itália, seus professores, aprendizados, todas as fases são ilustradas. Seu apogeu acontece na Paris modernista, em meio a manifestações artísticas, influências e confrontos criativos com os amigos que, juntos, sacudiram os pilares da arte estabelecida e ajudaram a dar novos rumos para a gerações de artistas que se formavam em meio à efervescência cultural do início do século XX.
Autodidata e dono de um estilo inconfundível, Modigliani teve uma vida intensa, marcada por grandes amores e infortúnios. Morto precocemente em 1920, aos 35 anos, conviveu com os principais nomes da cena artística parisiense de sua época. Na mostra, esta intimidade vem à tona no diário de sua mãe, em cartas trocadas com amigos como Pablo Picasso, André Derain, Max Jacob e Léonard Foujita e nas fotos de seu ateliê, de suas modelos e dos lugares onde viveu.
Outro destaque são as 22 obras produzidas pela mulher e amigos de Modigliani, que contribuem para contextualizar o profícuo período vivido pelo artista. São três óleos de sua esposa Jeanne Hébuterne, uma gravura de Picasso, outra de Foujita, pinturas feitas a quatro mãos com Moïse Kisling, além de peças de Marevna, Jacob e outros.
Com curadoria no Brasil de Olívio Guedes, diretor da Casa Modigliani (SP), e internacional do professor Christian Parisot, presidente do Modigliani Institut Archives Légalés Paris-Roma, as obras e peças expostas vêm do acervo deste instituto e de colecionadores particulares, além de telas do acervo do MASP. “Modigliani, que foi definido ‘o artista sem mestres e sem discípulos’, se destaca no panorama de nomes importantíssimos da história da arte por ter sido fiel à sua visão figurativa da arte, conseguindo chegar a um signo identitário, que é síntese perfeita entre a imagem e o sentimento que isso suscita em transferir a alma dos sujeitos, e não apenas as fisionomias deles”, diz o curador."
MASP - Museu de Arte de São Paulo |