| "Maria Monteiro (1870-1897) foi uma campineira extraordinária e este
roteiro é dedicado à sua trajetória de vida. Filha do organista José Francisco Monteiro e prima do maestro Carlos Gomes, a pequena 'Zica Monteiro' revelou seus dotes artísticos desde muito cedo. Estudou música
em Jundiaí e no Colégio Florence de Campinas e, aos 13 anos, chamou
atenção de todos ao participar como cantora lírica das festividades de
inauguração da Matriz Nova (Catedral). Nos anos seguintes, participou
de diversos coros e saraus literários e, na ocasião da visita da família Real à cidade, em 1886, ela integrou o programa de recepção, encantando a
Imperatriz Teresa Cristina que, com satisfação, lhe ofereceu uma bolsa
de estudos na Europa.
Maria Monteiro seguiu aos 17 anos para Milão para estudar canto lírico
com o professor Alberto Giannini no Real Conservatório, passando a viver
na residência do Maestro Antônio Carlos Gomes até se graduar, aos 19
anos, como Maestra e Artista di Canto.
Sua carreira profissional começou no início de 1890, com a estréia da
ópera Mefistófales, de Arrigo Brodi, no Teatro de Peruggia (Roma – Itá-
lia). Em seguida, Maria Monteiro participou das óperas Carmem, Cavalaria
Rusticana, Os Huguenotes, Promessi Sposi e Trovador em palcos da Itália,
França, Inglaterra, Áustria e Espanha. Nos dez anos que Maria Monteiro
permaneceu na Itália, ela também se casou com Ermegildo Grandi, um
rico comerciante genovês que a forçou a interromper sua carreira artística.
E aos 27 anos, um ano depois do falecimento do primo, o Maestro
Carlos Gomes, Maria Monteiro foi tomada por uma doença que a levou à
morte. Seu corpo foi sepultado e está no Cemitério Stagliano, próximo a
Gênova, na Itália"
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