| 001 | O grande denominador comum entre a amizade e todos os outros 'sentimentos profundos' é só um: o nome.
Pois aquilo a que geralmente nos referimos como amizade, não passa, na verdade, de força do hábito, ou união de interesses.
A maior parte dos seres humanos passa muito bem sem nunca amar nada ou ninguém. Têm, no entanto o terror da solidão, e assim, pouco lhes importa saber ao certo de que imaginários recursos se socorrem para não serem confrontados com ela!
Nem o maior dos egoístas pode deixar de precisar de algumas pessoas: ele apenas as engloba no seu próprio egoísmo, e com isso imagina estabelecer amizades; mas, para julgar corretamente estes sentimentos, basta observar a forma como eles se manifestam.
Assim, a mesma pessoa que, habituada a passar uma parte do Outono com os seus 'amigos', sentir-se-ia ofendida se algum desses 'amigos' não comparecesse ao habitual encontro, ficaria ofendida se, o mesmo amigo pretendesse vê-lo durante o mês de Agosto, já que, nessa altura, o seu precioso tempo estaria ocupado de outra forma! |
